Por que a China tem tantos projetos de Zaha Hadid?
- Momento China USP
- 5 de out. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 8 de out. de 2024
Entre os prédios que revolucionaram a paisagem arquitetônica da China, muitos são do escritório da arquiteta Zaha Hadid. Mas o que explica esse sucesso? E como a arquitetura chinesa evoluiu para se tornar um campo tão fértil para a inovação?

A Ascensão de Zaha Hadid na China
Zaha Hadid (1950-2016), uma visionária arquiteta iraquiana-britânica, revolucionou a arquitetura com suas formas fluídas e futuristas. Ganhadora do prestigiado prêmio Pritzker, ela deixou um legado global de edifícios que combinam beleza escultural com soluções funcionais inovadoras. Seu impacto chegou à China e se tornou símbolo do novo poder econômico e criativo do país.
Entre os projetos mais marcantes de Hadid na China, destacam-se três grandes obras: o Guangzhou Opera House, o Galaxy SOHO e o Wangjing SOHO. Mas a história de Zaha Hadid na China começou com o concurso para projetar a Guangzhou Opera House em 2003, uma vitória que lançou sua carreira no país. Logo depois, a parceria com a bilionária Zhang Xin, CEO da SOHO China, consolidou seu sucesso no mercado chinês, resultando em obras que moldaram a nova paisagem urbana.
A Transformação da Arquitetura Chinesa: Um Resumo dos Últimos 70 Anos
Para entender o contexto em que Hadid prosperou na China, é importante olhar para a evolução arquitetônica do país. Nos últimos 70 anos, a arquitetura chinesa passou por grandes mudanças drásticas.
1959: O governo chinês apoiou-se na arquitetura com uma materialização de poder e prosperidade. O resultado foi a construção dos "Dez Grandes Edifícios" para comemorar o 10º aniversário da República Popular da China. Esses edifícios combinavam elementos do modernismo, grande influência da austeridade soviética e com toques tradicionais chineses.
1978: Com as reformas econômicas lideradas por Deng Xiaoping, a China começou a abrir suas portas para investimentos estrangeiros, criando um novo cenário para a arquitetura. Foi um momento de transição, onde o país se preparava para abraçar a modernidade.
2001: A entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC) permitiu que arquitetos estrangeiros abrissem escritórios no país, criando um ambiente vibrante para projetos inovadores. A preparação para as Olimpíadas de Pequim em 2008 foi um catalisador importante para o boom de construções icônicas, como o Estádio Nacional, também conhecido como Ninho de Pássaro.
O Estilo de Zaha Hadid e a Nova Paisagem Urbana Chinesa
Hadid entendeu rapidamente que a China era o lugar onde as coisas estavam acontecendo. Sua abordagem futurista casava perfeitamente com o desejo da China de se apresentar como um país moderno e visionário. Seus edifícios, muitas vezes considerados "esquisitos" pelos próprios chineses, são memoráveis e impactantes. Obras como o Daxing International Airport mostram como o escritório Zaha Hadid Architects continua a moldar a nova cara da China.
O que torna o trabalho de Hadid tão especial na China é a maneira como ele se destacou em um contexto de rápida urbanização e transformação. Zaha Hadid abriu espaço para que outros arquitetos estrageiros contemporâneos moldassem percepções e criassem marcos culturais.
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